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Uma mensagem de especialistas internacionais de T&D: insights sobre habilidades, dados, alinhamento de negócios e IA

Chegou a hora de o lifelong learning crescer.

Foi isso que David Blake, CEO da Degreed, disse no Degreed LENS 2024. E ele está certo. O lifelong learning, da forma como se encontra hoje, está implorando por revigoramento e inovação. “Hoje, tratamos o lifelong learning como os exercícios físicos, ou seja, ‘praticamos de vez em quando’. Isso não basta. Não nos dias de hoje”, comparou Blake. Portanto, está na hora de priorizar mais o lifelong learning, com oportunidades mais promissoras e inovações mais arrojadas.

E como seria essa ideia de lifelong learning inovador? Esse futuro ainda está se desenhando, mas Blake afirmou que uma das formas de imaginá-lo seria como o modelo de universidades que já conhecemos, mas para toda a vida: os aprendizes estariam sempre matriculados em um “semestre”, teriam um histórico do que já aprenderam e como se deu essa aprendizagem, poderiam avançar em turmas ou “grupos de estudos” e muitas outras possibilidades.

Na mesma linha, Michelle Weise, fundadora e consultora de upskilling da Rise & Design, reafirmou que, nos próximos anos, as organizações terão de mudar a forma como enxergam o desenvolvimento da força de trabalho. “Todas as empresas e organizações precisam compreender que o local de trabalho vai virar a sala de aula do futuro”, previu Weise durante sua palestra de keynote do LENS.

Transformar o local de trabalho em um paraíso do crescimento e das oportunidades não será uma tarefa fácil. Será preciso conquistar apoio, traçar estratégias e estimular a colaboração. Profissionais de T&D de todo o mundo se reuniram nos dias 5 e 6 de março no LENS para aprender, compartilhar conhecimentos, inovar e se preparar para a transformação que vem aí. 

Surgiram três ideias principais que nortearão essa caminhada: habilidades, dados e alinhamento dos negócios, e inteligência artificial (IA).

Habilidades

Basta começar a fazer experimentos com as habilidades. Sua trajetória e os seus objetivos vão mudar, e não há nada de errado nisso.

No palco do LENS, Barrett Evans, chefe de aprendizagem global e desenvolvimento de liderança da Ford, foi categórico: “As habilidades são o assunto do momento, mas não são uma novidade”.

O conceito de habilidades sempre existiu. O que está mudando é a forma de mensurá-las e aproveitá-las nos negócios. Então, pegue o que você já sabe sobre as habilidades e aplique ao que você ainda precisa saber sobre a força de trabalho da sua empresa e as capacidades que ela oferece.

O caminho para se transformar em uma organização baseada em habilidades (ou focada em habilidades) é fluido. Nada está definido ainda. Mas quem esperar o momento de estabilidade para agir ficará para trás, pois a concorrência provavelmente já estará dominando a arte de aproveitar as habilidades. O mundo do trabalho está deixando de ser uma economia que se baseia em cargos e se transformando em uma economia que se baseia nas habilidades. E quem não está com foco nas habilidades, basicamente está míope em relação a elas. 

Simplifique sua estratégia de habilidades. Torne-a dinâmica.

Peter Sheppard, chefe do ecossistema de aprendizagem da Ericsson, e Vidya Krishnan, CLO da Ericsson, perceberam uma necessidade de automação que mantém o modelo de habilidades da empresa moderno, ágil e pronto para o que der e vier. A vida útil de uma habilidade pode ser curta. Por isso, eles criaram uma arquitetura digital de cargos, uma taxonomia dinâmica de habilidades, um novo catálogo de habilidades e outros elementos que facilitaram a aplicação das habilidades tanto para os colaboradores quanto para os gestores.

E não são apenas as habilidades que precisam ser dinâmicas. Esse dinamismo também se aplica aos colaboradores. Ao disponibilizar as oportunidades de desenvolvimento certas, é possível ajudá-los a crescer, inovar e conquistar o sucesso. “As pessoas que estão conosco precisam estar sempre se transformando nas pessoas das quais precisamos”, observou Krishnan. 

A equipe da Ericsson contou com parceiros da Degreed, como o SAP SuccessFactors, para ajudar os colaboradores a compreender os critérios de vagas internas, promovendo ainda mais crescimento. O desenvolvimento desse tipo de ciclo perene de habilidades é o grande sonho, pois garante que a estratégia de aprendizagem da sua empresa produza resultados positivos com regularidade.

Ao acertar no alinhamento dos negócios, esse ciclo de habilidades pode ser integrado ao coração da sua organização.

Dados e alinhamento dos negócios

Entenda os principais objetivos da empresa e ajude os stakeholders a conquistarem o sucesso.

“No fim das contas, estamos todos no mercado para desenvolver vantagens competitivas, e são as pessoas que fazem isso, certo?”, ponderou Brad Watt, CLO da Colgate-Palmolive.

Para as empresas, é fundamental que colaboradores aprendam, cresçam e se desenvolvam, afinal, pessoas que não evoluem são ineficazes. Ao mesmo tempo, cada unidade de negócios tem suas próprias necessidades de crescimento. A área de T&D terá mais facilidade para ilustrar seu impacto se criar uma conexão com os stakeholders, revelar oportunidades que ajudem a alcançar objetivos específicos e, por fim, usar os dados resultantes para demonstrar a contribuição que a aprendizagem proporcionou.

Na Colgate-Palmolive, por exemplo, a equipe de T&D implementou um sistema de badges. Com isso, 3.500 colaboradores conquistaram badges em 2022, e isso é um número e tanto! A equipe de RH se beneficiou dessa iniciativa porque os colaboradores se sentiram reconhecidos pelo que estavam fazendo e compartilhavam os badges conquistados nas redes sociais. Como consequência, a equipe de RH percebeu mais satisfação na força de trabalho e um fortalecimento mais orgânico do employer branding. Tudo isso é alinhamento.

Conte a história certa para as pessoas certas.

Nenhuma unidade de negócios ou stakeholder valorizará o impacto da aprendizagem se você não apresentá-lo de um jeito claro e interessante. Faz parte do trabalho da equipe de T&D traduzir os dados de aprendizagem e de habilidades para torná-los relevantes para outras equipes. 

“Se você não apresentar o contexto para os stakeholders, eles se basearão no próprio contexto deles, o que poderá gerar interpretações diferentes acerca dos mesmos dados”, pontuou Greg Smith, diretor de aprendizagem e desenvolvimento da Associa.

Essa possibilidade de erros de interpretação reforça a necessidade de alinhamento. Portanto, quando os dados entram em cena, você sabe qual é a história certa e para quem contá-la. E se você ainda não tiver certeza, talvez a IA possa ajudar. 

IA

Assuma a responsabilidade por moldar a IA no que você quer que ela seja.

No LENS, Noelle Russell, diretora de IA do AI Leadership Institute, comparou as novas ferramentas de IA com filhotinhos de tigres: todo mundo olha com fascínio e curiosidade e quer brincar com essas fofuras aparentemente inofensivas que, se não forem criadas em uma jaula, podem ser letais. E o que acontece mesmo que a IA seja desenvolvida de forma responsável? “Não podemos baixar a guarda. Jamais!”, alertou Russell. 

Segundo Weise, os colaboradores mais preocupados em serem substituídos por máquinas costumavam ser aqueles sem nível superior. Hoje, os mais preocupados são aqueles que têm nível superior.

Em um aceno direto aos profissionais que se preocupam com a IA, Russell propôs que pedissem a IA para ajudá-los a fazer tarefas que eles não gostam de fazer, em vez de ser as tarefas que eles fazem.

A IA é feita por serem humanos, e são os seres humanos que decidem como a usar. Se ela puder ajudar em tarefas triviais e demoradas, é possível que as pessoas tenham mais prazer em trabalhar. Então, pergunte às suas equipes em quais tarefas elas gostariam de contar com a ajuda da IA. Faça essa mesma pergunta para você também e, então, faça acontecer.

Desenvolva novas habilidades para se adaptar à IA, mas não desconsidere as que você já tem.

Diante de um salto tecnológico tão expressivo como a IA, é natural que percebamos os limites das nossas próprias habilidades. No entanto, a necessidade de novas habilidades não causa a perda repentina de relevância daquelas que já existem. Gary J. Lutz, gerente de tecnologias de aprendizagem da Intel Corporation, e Jim Hemgen, diretor de desenvolvimento de talentos da Booz Allen Hamilton, abordaram essa transição durante a palestra que apresentaram no LENS sobre experimentos com a IA.

“No momento, não vejo habilidades que necessariamente perderam a importância. O que vejo são habilidades que precisamos adquirir. E não se trata apenas de habilidades que precisamos agregar à organização. Cada um de nós precisa agregar essas habilidades ao próprio repertório”, aconselhou Lutz. 

A questão não é quais habilidades deixaram de ser relevantes, mas, sim, quais serão ideais para lidar com essa novidade tecnológica. Como os nutricionistas dizem sobre alimentação saudável sustentável, não pense no que cortar, mas pense no que agregar.

Lutz e Hemgen listaram algumas habilidades críticas relacionadas à IA, a saber:

  • Cibersegurança
  • Engenharia de prompts para IA
  • Consultoria de desempenho
  • Pensamento crítico
  • Alfabetização em IA

Mergulhe no futuro do trabalho

Não há exagero se falarmos que o upskilling é fundamental em um mundo que não para de crescer e mudar. Habilidades, dados e alinhamento dos negócios e IA, quando utilizados da forma certa, podem ajudar a sua organização a trilhar um caminho de sucesso. Enquanto o setor de T&D se movimenta para transformar o lifelong learning em um pilar do mundo do trabalho, esperamos que você absorva esses insights gerais do LENS 2024 para ter mais clareza ao planejar um futuro focado em habilidades.

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