A área de aprendizagem e desenvolvimento dividiu-se ao longo dos anos. Enquanto alguns seguem à risca o ditado “em time que está ganhando não se mexe”, outros topam comprar cada nova ferramenta que surge no mercado. No fim das contas, todos queremos apenas algo que funcione. Só que a quantidade de informações disponíveis por aí é capaz de enlouquecer qualquer um.
Entre esses extremos, as organizações mais inteligentes estão encontrando fornecedores que se encaixam em suas necessidades únicas. A RedThread Research conversou com dezenas de equipes de aprendizagem e desenvolvimento e resumiu as estratégias delas em um belo infográfico que destaca o jeito mais adequado de construir um ecossistema de aprendizagem.
Na LENS 2019, a conferência anual da Degreed sobre desenvolvimento de habilidades, escalamos Dani Johnson, da RedThread, para conversar sobre esses dados com três líderes do setor de aprendizagem: Heather Bahorich (Centric Consulting), Vidya Krishnan (Ericsson) e Lee Schubert (Dimension Data).
Vale assistir a esse bate-papo na íntegra, mas resumimos as principais conclusões para ajudar você a escolher o fornecedor de tecnologia certo para o seu ecossistema de aprendizagem.
1. Mantenha o foco nas funções
Alguns anos atrás, a estratégia das equipes mais inovadoras de aprendizagem e desenvolvimento girava em torno das novas tecnologias. Josh Bersin, presidente e fundador da Bersin & Associates, desenvolveu um quadro famoso sobre essa abordagem.
Hoje, a RedThread Research sabe que as organizações líderes têm outra visão sobre o assunto. No lugar de focar nas ferramentas e nos fornecedores, as melhores equipes de aprendizagem e desenvolvimento dão ênfase às funções.
“As empresas mais inteligentes estão analisando o que estão tentando fazer, em vez de pensar na tecnologia que usarão para conseguir um determinado resultado”, observa Dani Johnson.
O modelo de Johnson atende aos colaboradores focando em seis funções principais: planejamento da aprendizagem, descoberta de recursos, consumo de conteúdos, possibilidades de praticar as novas habilidades, contato com colegas e aprimoramento do desempenho nas funções.
Os administradores de aprendizagem também precisam estar atentos a mais duas funções: o gerenciamento do processo e a mensuração dos resultados. Na LENS, Johnson deixou claro ao público que “precisamos tornar a aprendizagem acessível, em vez de apenas disponibilizá-la”.
A Ericsson já está passando por essa mudança de mentalidade. “Nossa marca promete prezar pela facilidade, isso com certeza se mistura à filosofia que seguimos quando o assunto é aprendizagem. Estamos criando as condições ideais para que os nossos colaboradores prosperem. O design que se concentra no usuário é o nosso norte”, explica Vidya Krishnan, diretora de aprendizagem da Ericsson.
Na busca pelo fornecedor certo, observe se a experiência é fluida, de modo a intermediar as outras principais funções de aprendizagem. As integrações com outras plataformas são importantes, mas devem ser imperceptíveis. O ideal é que os colaboradores nem sintam que estão indo de uma ferramenta para outra.
“O ecossistema de aprendizagem é como o oxigênio. Não dá para respirar sem ele, mas ele está sempre ao nosso redor, invisível. Posso estar soando pouco técnica, mas essa é a mesma filosofia por trás de cada decisão técnica que tomamos”, compara Krishnan.
2. Faça personalizações conforme as suas preferências
“Quando conversamos com fornecedores, ouvimos coisas do tipo ‘Queremos ser a porta de entrada da sua empresa para a aprendizagem’. Quantos de vocês já ouviram isso por aí?”, pergunta Dani Johnson ao público do LENS, que levanta a mão em peso.
E Johnson continua: “Todo mundo precisa de uma porta de entrada, mas o layout de cada andar pode ser personalizado. Dependendo das características da sua organização, um tipo diferente de estrutura pode ser mais útil do que outra. Em nosso trabalho, identificamos três dessas estruturas”.
A estrutura mais básica é uma plataforma única, ideal para organizações avessas ao risco, orientadas ao compliance e com uma força de trabalho homogênea. No entanto, as empresas mais competitivas não trabalham mais dessa forma.
As organizações de vanguarda mesclam os outros dois modelos. Muitas usam um sistema central, com um hub conectado a várias outras ferramentas. Já outras experimentam usar um ecossistema puro, que permite aos colaboradores acessarem os conteúdos educativos usando qualquer tecnologia.
Essa estrutura combinada atende à Dimension Data. “Estamos no meio do caminho entre uma estrutura e outra. Não tenho dúvidas de que a Degreed é a nossa porta de entrada, o ponto de partida da experiência. Queremos aproveitar a página inicial personalizada e todas aquelas recomendações”, comenta Lee Schubert, consultora de tecnologias de aprendizagem da empresa.
“Mas também temos consciência de que, uma vez que os colaboradores acessam, por exemplo, a Pluralsight, há um mundo de informações por lá. E essa plataforma pode ser uma de várias parceiras”, complementa Schubert.
Ao navegar pelo ecossistema, os colaboradores se mantêm conectados ao sistema central. “Implementamos a integração para garantir que todos os dados de conclusões e habilidades estavam indo para a Degreed, por onde geramos os nossos relatórios. É por isso que eu vejo a nossa empresa entre esses dois mundos. Provavelmente, nos manteremos assim por enquanto”, conclui a consultora.
3. Preste atenção ao suporte e à sustentabilidade
Todo ecossistema precisa ser sustentável. “Falamos sobre sustentabilidade a partir de dois pontos de vista. O primeiro foi a sustentabilidade dentro da organização”, define Dani Johnson, deixando claro que algumas iniciativas fracassam por falta de apoio interno.
“Também há a sustentabilidade externa. Seu fornecedor continuará no mercado daqui a três anos?”, questiona Johnson, que recomenda ao público considerar como determinadas ferramentas seriam recebidas pela organização e por quanto tempo elas durariam no mercado.
É claro que não basta sobreviver. Um ecossistema saudável deve estar apto a evoluir. “Líderes visionários estão sempre avaliando opções, tentando decidir o que está funcionando e o que não vai bem para ficar só com a parte boa”, define Johnson.
Na Centric Consulting, sustentabilidade e evolução são pontos cruciais para avaliar fornecedores de tecnologia. “A visão que o fornecedor tem dos aprendizes é parecida com a nossa? O fornecedor está em sintonia com o nosso conceito de aprendizagem permanente e aprendizagem no dia a dia? O fornecedor vai conseguir acompanhar o nosso ritmo de crescimento? Nós conseguiremos crescer com o fornecedor?”, esses são os questionamentos que Heather Bahorich, líder de gestão de talentos da Centric Consulting, faz ao avaliar fornecedores.
O diálogo é o segredo da sustentabilidade interna. “Pedimos muito feedback, seja dos líderes de aprendizagem, seja da força de trabalho em geral. Estamos sempre pedindo feedback sobre todo o nosso ecossistema para saber como podemos facilitar o processo de aprendizagem e como podemos oferecer as habilidades de que cada um precisa”, conta Bahorich ao público do LENS.
Todo esse volume de feedback é complementado pelos dados coletados pelo ecossistema. “Os dados ajudam a contar toda a história. Vamos às reuniões com stakeholder sempre com muita animação, mas com pouca base tangível. É aí que os dados fazem toda a diferença”, acrescenta Bahorich.
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