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Conteúdos gerados por IA: como as empresas podem evitar o spam

* Todos os experimentos estão em inglês

O maior acúmulo de plástico oceânico do mundo, chamado de Grande Ilha de Lixo do Pacífico, cobre uma enorme área do Oceano Pacífico Norte. Trata-se de uma tragédia ambiental, uma triste prova do excesso de uso de descartáveis plásticos da humanidade.

Estamos caminhando para um futuro em que haverá ilhas de lixo geradas por IA. Conteúdos gerados por IA podem ser úteis por dar mais acessibilidade a novas informações em novas modalidades. No entanto, uma explosão de conteúdos medíocres no ambiente de trabalho pode prejudicar os colaboradores que estão tentando aprender, crescer e ter produtividade no trabalho.

Semelhantes aos e-mails indesejados que inundam nossas caixas de entrada, os conteúdos gerados por IA inundarão nossa paisagem online. É isso mesmo: saiba que há uma enxurrada de spam vindo em nossa direção.

Um tipo de spam (ou lixo eletrônico) cada vez mais comum são os resumos gerados por IA. Recentemente, o Google adicionou resumos de IA aos resultados de suas pesquisas, causando algumas situações hilárias (e problemáticas).

A IA tem uma capacidade cada vez maior de gerar texto, imagens, vídeos e músicas praticamente do zero. Estima-se que a IA já tenha criado 15 bilhões de imagens só no último ano e meio. Parece muito, e é mesmo. Colocando em perspectiva, em um ano e meio, a IA gerou quase a mesma quantidade de fotos que os fotógrafos criaram nos últimos 150 anos.

Somos testemunhas de um fenômeno semelhante durante os últimos 15 anos com a ascensão dos conteúdos gerados por usuários, com a ressalva de que a geração de conteúdos por IA acontecerá em uma escala ainda maior. Outra fonte sugere que, até 2026, 90% dos conteúdos da internet serão gerados por IA.

Dada a grandiosidade dessa escala, qual é o efeito dessa enxurrada de conteúdos para profissionais e empresas? Essa explosão terá consequências drásticas na maneira como os colaboradores chegam a informações, seja para orientar suas atividades educativas, seja para ajudá-los a encontrar recursos para desempenharem suas funções.

Os riscos dos conteúdos gerados por IA no ambiente de trabalho

Com essa explosão de conteúdos pobres, ficará mais difícil encontrar fontes respeitadas de alta qualidade. Vejamos a seguir alguns desafios específicos que o aumento de conteúdos gerados por IA pode trazer para o ambiente de trabalho:

1. A IA tem alucinações e pode transmitir desinformação.

Se fosse uma pessoa, a IA seria uma ótima jogadora de pôquer, pois ninguém sabe quando ela está blefando. A IA pode não se sair tão bem quando os assuntos abordados no diálogo online entre as pessoas não estão em sintonia com pesquisas baseadas em evidências. Ela também não consegue lidar com temas muito recentes. Portanto, continuaremos precisando de fontes respeitadas.

Por exemplo: se o colaborador pesquisar “Quais são as melhores dicas de cibersegurança?”, o assistente de IA pode recomendar práticas obsoletas que colocam os dados da empresa em risco.

2. A IA tem uma péssima compreensão panorâmica.

Ao receber uma consulta sobre um conjunto de documentos (como aquele encontrado no seu Google Drive ou no OneDrive da Microsoft), a IA utiliza um método chamado geração aumentada de recuperação (RAG, na sigla em inglês).

Esse é apenas um jeito sofisticado de dizer que a IA faz uma busca em todos os documentos. Ela procura palavras-chaves semelhantes às da consulta, extrai trechos de informações dos documentos e os envia para o LLM a fim de gerar uma resposta. Portanto, a IA é ótima em encontrar uma “agulha no palheiro”. Em outras palavras, a IA encontra um detalhe que atende à consulta, mas não dá conta de fazer conexões e analisar o panorama da situação.

Por exemplo: se um gestor pedir para um assistente de IA resumir os principais temas de alguns recursos, a ferramenta terá dificuldade se não houver menções explícitas a eles.

3. Os resumos feitos por IA removem contextos importantes.

A IA consegue apresentar uma resposta rápida para praticamente qualquer consulta. O problema é que essa resposta, que pode vir de documentos internos, carece do contexto do autor, de sua formação, da data em que as informações foram publicadas, do contexto em que a resposta foi dada, etc. Ou seja, você pode receber informações de baixa qualidade ou desatualizadas e não se dar conta disso.  

Por exemplo: se um colaborador quiser saber qual é a projeção mais recente para as vendas, o assistente de IA pode simplesmente encontrar um documento de cinco anos atrás e usar o termo “projeção mais recente para as vendas”.

Como gerenciar as pesquisas e os conteúdos gerados por IA com a LXP

Apesar de todos os desafios, é difícil resistir à conveniência de ter sempre à mão resumos e respostas com a ajuda da IA. A economia de tempo prometida, e cumprida, é enorme. Felizmente, os líderes de T&D podem aproveitar ao máximo esses novos recursos de conteúdos gerados por IA e mitigar os riscos com o auxílio de uma plataforma de experiência de aprendizagem (LXP, na sigla em inglês).

É sempre bom lembrar que essa não é a primeira vez que a LXP entra em cena para fazer uma limpeza de conteúdos. Cerca de doze anos atrás, ela surgiu para tratar de um desafio semelhante com a explosão de recursos educativos online. As empresas precisavam de uma tecnologia que fosse capaz de conectar e fazer a curadoria dos conteúdos educativos mais relevantes para seus colaboradores, equipes e departamentos.

Mais de uma década depois, a LXP está aqui, indo além de sua função de máquina de consolidação de conteúdos. Hoje, a LXP nos ajuda a lidar com conteúdos gerados por IA oferecendo contexto, curadoria e fontes reconhecidas.

A LXP está se adaptando para atender a esses desafios impostos pela IA:

  1. A LXP oferece recursos respeitados e precisos de fontes reconhecidas. Além disso, essas fontes ajudam a criar experiências compartilhadas e um ponto de referência em comum. 
  2. A LXP oferece um sistema de curadoria que nos permite saber com mais facilidade no que prestar atenção. A curadoria funciona como uma orientação mais clara por delimitar a quantidade de opções.
  3. A LXP pode contextualizar os recursos, por exemplo, com a observação de gestores ou a possibilidade de ver como determinadas habilidades se alinham a funções ou iniciativas importantes na empresa. 
  4. Em breve, haverá muitas ferramentas de IA para cuidar da análise, do cruzamento de dados e da limpeza de conteúdos. Já que a IA está nos colocando no meio dessa bagunça toda, o mínimo que ela pode fazer é nos ajudar a arrumar as coisas. Logo, logo, poderemos colocar a IA para fazer o trabalho pesado na manutenção dos conteúdos — para que eles continuem confiáveis.

Combine os benefícios dos assistentes de IA com a LXP

Os colaboradores têm a opção de procurar um aplicativo educativo para encontrar o que precisam ou aproveitar a conveniência de conseguirem o que querem batendo papo com um assistente de IA. No futuro, os fornecedores de tecnologia e as organizações poderão fazer a conexão e a integração com assistentes por chat para levar os colaboradores a fontes selecionadas, respeitadas e de confiança.

A hora de ter proatividade é agora.

Embora talvez seja mais fácil criar lixo eletrônico do que limpá-lo, ferramentas dedicadas e ponderações sensatas podem fazer você evitar o spam. Por isso, não espere o terreno da aprendizagem se encher de lixo para começar a limpá-lo.

Se quiser conversar sobre os desafios e formas de integrar conteúdos gerados por IA ao sistema de aprendizagem da sua empresa, será um prazer responder à sua mensagem. Basta enviá-la para tblake@degreed.com.