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T&D na era da inteligência: um papo com Max Wessel, o novo presidente da Degreed

A Degreed está em festa: nossos produtos estão evoluindo e estamos às vésperas do Degreed LENS, nossa principal conferência anual.

Com esse mesmo entusiasmo, damos as boas-vindas a Max Wessel, o novo presidente da Degreed. Com sua nomeação anunciada hoje, estamos cada vez mais capacitados e mais próximos de ir além dos diplomas, nossa missão desde a nossa fundação. 

Max ainda está se ambientando por aqui, e aproveitamos esse momento para fazer algumas perguntas para que você também o conheça melhor. Confira esta entrevista inspiradora sobre o futuro da área de aprendizagem e desenvolvimento e das tecnologias de desenvolvimento de habilidades, o que o futuro reserva para a Degreed e algumas de suas paixões pessoais. (Spoiler: ele é um exímio churrasqueiro.)

Bem-vindo, Max! Vamos direto às perguntas. O que trouxe você à Degreed?

Max: Obrigado. Acho que hoje o mercado tem poucos players capazes de ajudar as empresas a perceber o valor de uma organização baseada em habilidades, e essa transição me fascina. Em um mundo em que a carreira profissional se estende por 60 anos após a formação superior, não tem como as empresas se pautarem no modelo de educação e treinamento que permeou o século 20 e terem a expectativa de que avançarão no século 21.

Eu já acreditava nisso antes de vir para a Degreed. Era algo que me motivava enquanto eu estava na liderança da SAP Learning. Eu consigo ver os resultados positivos. As pessoas têm mais oportunidades se tiverem acesso ao reconhecimento. O crescimento profissional ganha velocidade se houver garantia de que os conhecimentos necessários estarão na palma da mão. As pessoas avançam por conta própria quando têm suporte.

Analisando o mercado, a Degreed é a melhor plataforma para dar acesso a materiais de treinamento e sinalizações de habilidades que aceleram o crescimento profissional. E foi isso que me conquistou. Eu queria entrar em uma organização que já transformou a aprendizagem corporativa e que ajuda a transformar o mundo da mobilidade profissional e dos treinamentos. Não há missão mais importante ou mais empolgante do que essa.

Você tem uma carreira expressiva no mundo da aprendizagem B2B sob o modelo SaaS. Que pontos de vista únicos você agrega à missão da Degreed? O que mais deixa você animado nessa área e no potencial impacto da empresa?

Max: Para conseguir ir além dos diplomas, a Degreed precisará ampliar sua escala de adoção. Será preciso estabelecer o padrão de como as sinalizações de habilidades e as equivalências de credenciais funcionam.

Dave Blake [CEO da Degreed] tem uma visão inspiradora para esse futuro. Quando nos conhecemos, nossa conexão foi instantânea, em parte, porque as coisas que a Degreed precisava aprender eu aprendi ao longo dos meus anos de SaaS. E os elementos que conduzirão o mercado são aqueles em que Dave e a Degreed já têm um posicionamento único no mercado. No meu trabalho, eu me vejo ajudando a garantir que consigamos conquistar mais pessoas em grandes empresas de todo o mundo.

O objetivo da Degreed neste momento é transformar a visão da empresa nas ações que facilitarão a vida dos nossos clientes na hora de implementar suas estratégias, a vida dos aprendizes na hora usar a plataforma, bem como a integração dos nossos sistemas com aqueles já em uso nas empresas. Auxiliar a equipe na execução de tudo isso é o que me deixa mais animado.

Em meio a todo o entusiasmo em torno das organizações baseadas em habilidades, como você enxerga a área de aprendizagem e desenvolvimento no prazo de três a cinco anos?

Max: De 2010 a 2020, as empresas democratizaram os conteúdos educativos. A partir de 2020, elas precisarão reformular o jeito de usar esses conteúdos, de disponibilizar e personalizar os treinamentos e de manter as pessoas engajadas.

Em uma organização baseada em habilidades, é muito mais fácil direcionar conteúdos relevantes para os colaboradores e mantê-los no ritmo do que pedir para que eles aprendam tudo o que uma pessoa razoável precisaria saber para desempenhar a função. Hoje, basicamente dizemos: “Você é a média das pessoas com o seu cargo, então, estes são todos os requisitos e conteúdos adequados para você”. Não é assim que as pessoas devem aprender em um mundo tão dinâmico como o atual. O ideal é contar com o que intensifica seus pontos fortes ou atende às suas lacunas. O ideal é evitar ser obrigado a fazer treinamentos de assuntos que você já domina. O ideal é adquirir conhecimentos que ajudem você a deslanchar. A oferta de aprendizagem que prioriza as habilidades, turbinada pelos tipos de IA que hoje estão disponíveis no mercado, possibilita esse tipo de personalização.

Por falar nisso, esse tipo de personalização e velocidade é o que todo CEO quer como resultado dos investimentos feitos em aprendizagem. Uma organização que desperdiça tempo em seus esforços de desenvolvimento de habilidades não está galgando a força de que precisa em áreas que estão em ritmo acelerado de avanço, como IA generativa, sustentabilidade ou nuvem. 

O outro lado disso tudo é que há muito entusiasmo acerca das organizações baseadas em habilidades. Talvez, um entusiasmo até exagerado de um ponto de vista mais acadêmico. Para profissionais de aprendizagem e desenvolvimento, diretores de RH e CEOs que estão tentando conduzir uma transformação, fazer tudo de uma vez não dará certo. Você pode mudar seus processos de recrutamento ou de mobilidade interna, ou pode oferecer aprendizagem personalizada em cada etapa dessa equação, mas a verdade é que mudar por completo e de uma vez as funções das pessoas nunca dará certo. O primeiro passo ideal é pensar: “Em relação a uma função ou habilidade crítica, como eu dissemino o conhecimento na minha organização e, com um passo de cada vez, como eu começo a tornar realidade uma mudança mais rápida e mais dinâmica da força de trabalho?”

Você descreveu um processo. Não se trata de algo simples nem improvisado. Que papel você vê a tecnologia desempenhando no futuro da aprendizagem baseada em habilidades? Que papel a Degreed e a tecnologia da Degreed desempenharão?

Max: Quem ocupa uma cadeira de CEO quer definir prioridades, identificar riscos e poder dizer: “Precisamos saber como empregaremos a IA generativa para aumentar a eficiência dos nossos departamentos de RH, financeiro e de suporte”. É simples assim. O CEO quer definir a direção e identificar os riscos para as diretorias de RH e de aprendizagem.

Já a Degreed quer facilitar a vida dessas diretorias de RH e aprendizagem que agora precisam identificar essas habilidades e agir. Nós queremos oferecer um pouco de experiência, um pouco de inteligência e um pouco de processos que estimulem melhorias a cada trimestre. Com o software certo, o sistema da sua empresa deve ser capaz de ajudar a responder quem é o talento certo e onde existem lacunas, onde são necessários programas de reskilling profundo e quais programas em uso são os mais eficazes para a progressão das habilidades.

Esse é um problema envolvendo big data que não dá para resolver com planilhas. O superpoder da Degreed é ter uma visão integrada das habilidades e das atividades de aprendizagem. Temos sinais de aprendizagem sobre cada colaborador de uma organização. Temos os conteúdos educativos em nossa plataforma que podemos apresentar e priorizar conforme a necessidade. Com experiência, inovação, inteligência e processos, podemos facilitar bastante a oferta do que as diretorias das empresas precisam.

Como você ajudará a garantir que a missão da Degreed permanecerá no cerne do que a empresa faz enquanto continua crescendo e evoluindo?

Max: A beleza da nossa missão é que ela tem uma sintonia afinada com as necessidades dos nossos clientes. Vamos pegar uma lacuna crescente na força de trabalho, por exemplo, a necessidade por mais profissionais de tecnologia. Mesmo que formemos profissionais de alta qualidade em todas as faculdades e cursos técnicos do mundo, não tem como aplicar processos tradicionais para sanar o problema atual.

As organizações precisam criar novas maneiras de qualificar pessoas que possam assumir essas vagas. A coincidência com a nossa missão é bastante potente, pois se conseguirmos avaliar bem as habilidades para criar equivalências nas credenciais, nossos clientes adotarão essa solução e a usarão para sanar lacunas.

Estou empolgado para conhecer os nossos clientes e trabalhar lado a lado com eles em suas jornadas de transformação. Vamos além dos diplomas quando conseguimos atender aos clientes e usuários não só em relação às necessidades de aprendizagem no dia a dia, como também quando estimulamos o upskilling profundo e o reskilling. Tenho foco total em como podemos ajudá-los a ter sucesso nessa jornada, e o único jeito de chegar lá é por meio da colaboração.

Quem é o seu especialista favorito em assuntos não relacionados a trabalho?

Max: Jeremy Yoder, do Mad Scientist BBQ. Antes de tudo, eu preciso dizer que sou apaixonado por churrasco. Jeremy Yoder é um YouTuber com uma didática fenomenal para ensinar a arte da grelha. Eu acho incrível como ele consegue fazer vídeos explicando um processo tão físico e sensorial.

Você está virando um especialista no churrasco ou só admira a arte?

Max: Em casa, nós temos quatro churrasqueiras, mas eu ainda tenho muito a aprender! Estou sempre em busca do aperfeiçoamento.

No que você se considera especialista, tanto no lado profissional, quanto no lado pessoal?

Max: Profissionalmente, eu venho do mundo da gestão de produto, então eu sou especialista em Produto e UX. Foram nessas áreas em que eu comecei como especialista. E acho que é muito importante ser um profissional T: é preciso se aprofundar em algo antes de ampliar o seu campo para, de fato, entender uma função. UX de produto é a função que eu compreendo, e eu a usei para aprender mais sobre negócios e ampliar o meu campo de atuação ao longo do tempo. 

Fora do trabalho, eu adoro culinária, seja para fazer churrasco ou qualquer outra coisa. Cozinhar é a minha expressão artística.