Será que a maioria das estratégias de T&D está em sintonia com os negócios?
Eis aí uma pergunta difícil de responder. A métrica mais precisa que temos sobre isso é o Estudo sobre Estratégias de Aprendizagem, conduzido em 2020 pelo Brandon Hall Group, e os resultados causam apreensão. Embora quase todos os líderes de T&D (87%) concordem que o alinhamento com os negócios é fundamental, “apenas 13% afirmam que estão prontos para tomar providências para criar esse alinhamento”.
Está bastante claro que dá para melhorar. No entanto, já que a área de T&D faz tantas coisas incríveis pela empresa, com certeza o alinhamento é maior do que essa estatística mostra, certo? Bom, talvez essa sintonia seja mais afinada do que os dois lados consigam perceber — o problema pode estar em uma comunicação truncada.
É possível que o trabalho de T&D da sua empresa esteja alinhado aos negócios, mas talvez vocês não estejam utilizando as palavras ou métricas certas. Para compreender a fundo o grau de sintonia entre a área de T&D e a liderança, o pessoal de T&D precisa primeiro aprender a falar a língua dos negócios.
Jargões e métricas não impressionam a alta administração.
Imagine que você está na sala de espera do Zoom apenas com o CEO da sua empresa. Ele pergunta como vão as coisas na equipe de T&D. Nos 15 segundos que antecedem a entrada de mais alguém na reunião, você responde: “Ótimas! As taxas de conclusão de cursos subiram 10% neste trimestre”.
Embora esse número talvez impressione alguém de T&D, ele não tem o mesmo efeito para o seu CEO. É até capaz de ele fazer outra pergunta: “Certo, mas como isso ajuda nos negócios?” Como CEO, ele precisa fazer essas perguntas, não para tentar criticar ou desafiar você, mas porque ele realmente não compreende o que um aumento nas taxas de conclusão de cursos representa para a empresa.
O que há de errado nesse bate-papo do Zoom? Fica clara uma falta de sintonia entre a área de T&D e outras unidades de negócios, porque termos como “experiência de aprendizagem” e métricas como “taxa de participação” são praticamente usados e compreendidos apenas em círculos de T&D. Fazendo uma analogia, seria como um regionalismo: quando viajamos para outros lugares dentro do mesmo país, nem todas as palavras e expressões têm os mesmos significados, podendo surgir ruídos na comunicação.
A área de T&D ganha importância quando fala a língua dos negócios.
Que língua o pessoal de T&D deve usar para falar com a alta administração? A língua que a alta administração usa e entende. Então, quer dizer que você precisa usar palavras da moda como “sinergia”? Bom, depende. Se a liderança da sua empresa sempre usa termos como “iniciativas”, “resultados comerciais” ou “KPIs”, pode ser interessante usá-las também. O importante é não usar jargões corporativos só por usar. Lembre-se: o grande objetivo é ter uma comunicação clara.
Vamos voltar ao papo no Zoom, mas agora usando a língua dos negócios:
Perceba que, além de esse exemplo usar um termo que os líderes adoram, “iniciativa de inovação”, a conclusão é de que o profissional de T&D está se alinhando aos objetivos da empresa. O motivo para usar as mesmas métricas e o linguajar da liderança é demonstrar que você compreende o que os líderes querem e está ajudando-os a conquistar esses objetivos.
Até as suas métricas de T&D precisam ser traduzidas para a liderança.
Além de usar o linguajar certo, a equipe de T&D precisa traduzir suas métricas para a liderança. Em um artigo do LinkedIn, Paul Petrone e Allaya Cooks-Campbell explicam que “mensurar as taxas de utilização e conclusão passa uma mensagem para a empresa: a frequência com que os usuários interagem com os programas de treinamento. No entanto, não fica claro se os treinamentos são eficazes para melhorar a experiência do colaborador ou gerar resultados”.
Como as métricas tradicionais de T&D não incluem o ROI que os líderes tanto amam, cabe à equipe de T&D usar outros números ao conversar com eles. Não entenda mal: em nenhuma hipótese estamos defendendo que você abandone todas as métricas tradicionais de T&D. Saber como é utilização de uma ferramenta de aprendizagem, a taxa de aprendizagem ou de conclusões ajuda a compreender a eficácia do seu programa do ponto de vista da área de T&D. Quando você fala com a alta administração, eles não querem saber se o programa vai bem ou mal; eles querem saber que efeito o programa está tendo sobre os resultados da empresa.
E quais são as melhores métricas a serem utilizadas? Na dúvida, vincule a aprendizagem à economia de custos, aos lucros e à redução de riscos. Analise também métricas específicas que não saem da boca da liderança. Preste atenção aos KPIs e às métricas de negócios para descobrir maneiras de ligar a aprendizagem ao quadro geral dos negócios.
Susie Lee, vice-presidente sênior e diretora de inovação de clientes da Degreed, explica melhor esse conceito em seu artigo A nova métrica de aprendizagem: como demonstrar impacto e valor para os negócios. Segundo Lee, “as novas métricas de aprendizagem são menos transacionais. Elas tiram o foco do tempo dedicado às atividades educativas para se concentrar mais na aplicação a partir do engajamento da força de trabalho. Nesse caso, ficam sob análise a aprendizagem social e os conteúdos consumidos. Coloca-se uma lente de aumento nas habilidades que seus colaboradores já têm e nas habilidades de que eles precisam. E, assim, essas métricas mostram as influências que exercem sobre resultados relevantes para todos os stakeholders, não apenas para as equipes de aprendizagem, talentos e RH”.
Quer saber mais?
Se algum dia bater à sua porta a chance remota de você ficar a sós com um executivo em uma sala de espera do Zoom, vá além das perguntas. Falar com a alta administração é uma habilidade que você deve aproveitar em todas as interações com os líderes da sua empresa. Um ótimo exemplo de como aplicar essa nova habilidade é quando você defende novas iniciativas de aprendizagem para a liderança.
Assista a um webinar recente, Conversa com a liderança executiva: como atrelar a aprendizagem aos resultados da empresa, para saber como os profissionais de RH, T&D e gestão de talentos podem pensar, mensurar e falar sobre aprendizagem de formas que soem como música aos ouvidos da liderança.
Tania Palen, diretora de gestão de talentos da Five9, apresentará um passo a passo para você aprender a preparar um caso de negócios de sucesso para as suas iniciativas de T&D.
Neste webinar, você aprenderá a:
- Identificar oportunidades de negócios.
- Definir a métrica de aprendizagem certa para montar o seu caso de mudança.
- Montar uma narrativa coesa, convincente e relevante.
Inscreva-se hoje mesmo (Este webinar está disponível somente em inglês)